A violência dirigida a crianças e jovens é um fenómeno que permanece frequentemente oculto, muito embora atinja dimensão à escala global. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que apenas uma fração das crianças vítimas de maus-tratos relata a alguém a sua condição de vítimas e que são ainda menos aquelas que recebem apoio integral especializado.
Encontrando-se os/as profissionais de saúde numa posição estratégica, pelo contacto com as famílias ao longo do seu ciclo vital, é fundamental reforçar a sua literacia e formação para intervirem neste domínio, que ocorre predominantemente na esfera intrafamiliar. Quando capacitados/as, o seu papel pode ser determinante na mitigação das consequências nefastas do abuso e da negligência, nomeadamente na saúde física e mental, e na prevenção de ocorrência de futuras situações de risco.
Procurando reforçar a atuação dos serviços de saúde nesta área, a OMS lança a publicação Responding to child maltreatment: a clinical handbook for health professionals, um manual de abordagem clínica destinado a apoiar profissionais de saúde na sua prática quotidiana. O objetivo é ajudar a reconhecer precocemente sinais de risco e violência, comunicar com segurança com crianças/jovens e cuidadores/as nas situações de abuso identificadas e promover competências para a resposta da saúde aos maus-tratos infantis em todas as suas formas.