Inicia-se esta quinta-feira o “Congresso de Saúde Pública 23, uma nova era” que junta, pela primeira vez, cerca de mil participantes e todas as associações da área numa sinergia única. O encontro, que se pretende um momento de reflexão, inclui palestras sobre saúde pública, palestras sobre a pandemia e suas consequências a nível das políticas de saúde, palestras científicas, novas tecnologias e políticas de envelhecimento.
Ao longo de dois dias, vão passar pela Culturgest, em Lisboa, especialistas portugueses e estrangeiros, entre os quais os antigos ministros da Saúde Paulo Macedo e Marta Temido, o professor universitário Henrique de Barros, o novo subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos ou os cientistas Laurent Poirel, da Universidade de Fribourg e Iveta Nagyova, da European Public Health Association.
No final, será entregue, pela primeira vez, o Prémio Ribeiro Sanches, que vai distinguir a melhor comunicação oral apresentada no Congresso. O prémio é co-financiado pela Caixa Geral de Depósitos e pela Câmara Municipal de Penamacor, terra natal de Ribeiro Sanches.
O médico português Ribeiro Sanches nasceu em 1699 e viria a destacar-se na Europa Iluminista. Escreveu e publicou ensaios marcantes. O Tratado da Conservação da Saúde dos Povos (1756) é uma obra pioneira que assinala, pela primeira vez, a importância da Saúde Pública no processo de desenvolvimento social e económico das comunidades na perspetiva da prosperidade. Ribeiro Sanches escreveu, igualmente, para a Enciclopédia de Diderot e d’Alembert (1751). Foi uma figura ímpar da Medicina, da Cultura, da Filosofia e da Ciência do Século das Luzes. Fugido à Inquisição nunca mais regressou a Portugal que abandonara em 1726. Percorreu os principais centros médicos europeus e exerceu na Corte Russa. Morreu em Paris, em 1783, onde residia desde 1747.