Nota sobre Aedes albopictus em Portugal

Comunicado

Nota sobre Aedes albopictus em Portugal

Os culicídeos, comumente designados de mosquitos, pertencentes à espécie Aedes albopictus, são vetores com importância para a Saúde Pública. A sua capacidade de transmissão de Dengue e Chikungunya está robustamente comprovada. Existe fundamentação científica que sugere a contribuição deste vetor em surtos de Zika. Adicionalmente, há estudos laboratoriais que consideram o vetor competente para transmissão de outros agentes patogénicos com implicação quer em Saúde Humana quer em Saúde Animal, nos quais se incluem a Febre do Vale do Rift, Febre Amarela, infeção por vírus do Nilo Ocidental, Vírus da Encefalite Japonesa, entre outros.

Este vetor, como hematófago que é (fêmeas), alimenta-se de uma grande variedade de hospedeiros, incluindo seres humanos, sendo a refeição de sangue uma oportunidade de transmissão dos agentes patogénicos anteriormente referidos.

Esta espécie apresenta determinadas características evolutivas que a torna notoriamente invasora, nomeadamente: a sua plasticidade ecológica, a sua adaptabilidade e competitividade biológica. Esta capacidade de introdução e estabelecimento em novos ambientes, silváticos ou urbanos, está também, direta ou indiretamente, associada a atividade humana, como o transporte de pessoas, animais e bens de forma global, a destruição de habitats, bem como a falta de medidas de controlo específicas e eficazes. Admite-se que o aquecimento global devido às alterações climáticas é um fator que favorece a multiplicação de mosquitos.

Consequentemente, este vetor tem vindo a afirmar uma expansão global dramática, já tendo sido identificado de forma ampla em todos os continentes exceto a Antártica.

Em 2017, esta espécie foi identificada na região Norte de Portugal e posteriormente na região do Algarve (2018) e Alentejo (2022). Em 2023, foi detetada no município de Lisboa a presença dos mosquitos em causa. Ora, como se trata de uma área com elevada densidade populacional e grande movimentação de pessoas, justifica-se a elevação do nível de alerta. Esta deteção está atualmente a implicar uma alocação de esforços adicionais de vigilância entomológica e epidemiológica por parte dos Serviços de Saúde Pública, estando em curso medidas de controlo coordenadas a nível central pela Direção-Geral da Saúde em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Sublinhe-se que em Portugal, não foram detetados Aedes albopictus infetados, nem casos de doença associados a transmissão vetorial doméstica.

Pode consultar mais informações em:

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